Saímos bem cedinho de Sucre, as 7h00 tomamos o ônibus para Potosí. Estava um frio de doer! Não há banheiro no ônibus, mas ele é confortável e conseguimos dormir a viagem quase toda.
O terminal rodoviário de Potosí até que é moderno, mas é muito barulhento, o tempo inteiro escutamos gritos das pessoas vendendo as passagens: Sucreeeee... Oruroooo... Saleeee... Saleeee... Demoramos um tempo para entender o que eles gritavam tanto.
Afastado do centro, em uma parte muito feia e suja da cidade, chegar em Potosí por esse trecho não causa uma boa impressão. Pegamos um táxi até o terminal que sai para Uyuni (que não é o mesmo). Lá deixamos nossas malas e fomos conhecer a cidade.
Potosí chegou a ser uma das cidades mais ricas do mundo no século 17. A riqueza era ostentada pela exploração da prata pelo reino espanhol, que claro, um dia acabou! Foi quando o local amargou um período de profunda decadência. Alguns escritores bolivianos afirmam que, em três séculos de exploração, a Espanha recebeu tanto metal de Potosí que seria possível construir uma ponte de prata até o outro lado do Atlântico.
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Arco de Cobija, ao fundo Cerro Rico |
O Arco de Cobija na foto acima foi construído ainda no tempo colonial, quando a cidade e seus habitantes sofreram nas mãos dos exploradores espanhóis. Conta a historia que os indígenas que viviam do outro lado só podiam chegar até aqui para vender seus produtos, mas não podiam entrar, podendo ser executado em praça publica caso descumprisse a ordem.
Cerro Rico ao fundo |
A maior atração da cidade é o Cerro Rico (montanha de forma piramidal que possui as minas), ela pode ser vista de qualquer lugar da cidade. De Rico mesmo hoje ela só tem o nome, pois depois de 500 anos de exploração, a prata desapareceu, ainda se extraem zinco, chumbo, cobre e principalmente o estanho de lá. O tour no interior de Cerro Rico, mostrando o meio de trabalho árduo dos mineiros, e o oferecimento de oferendas, atrai muitos turistas até lá. Menos nós!
Na verdade, não tivemos interesse em escalar as minas que ficam a 4 mil metros de altitude, subindo e descendo alguns andares, podendo descer até 120m em túneis estreitos feito labirintos, onde em alguns trechos tem que andar agachado ou engatinhar, com apenas algumas lamparinas para iluminar... Definitivamente, não seria um passeio tranqüilo!
Preferimos passar o dia caminhando pelo centro histórico da cidade, que com seus casarões coloniais, igrejas antigas e ruas estreitas, foi como dar uma volta no tempo. No entanto, as paredes estão bastante pichadas e as ruas sujas.
O feriado do dia da Pátria estava sendo “comemorado” hoje, e todos os museus, inclusive as igrejas, estavam fechadas. Mas não havia desfiles, apenas algumas flores na praça.
A Plaza 10 de Noviembre é bonita e fica em frente a Catedral, ela rememora o tempo áureo da cidade. Em suas proximidades encontra-se a Casa de La Moneda, cartão postal da cidade, onde fundia toda a prata retirada das minas. Além da fundição, a casa também serviu de presídio e de quartel durante a guerra do Chaco. Atualmente ela abriga um grande acervo artístico e histórico. Infelizmente também estava fechada.
Plaza 10 de noviembre |
Casa de La Moneda |
As igrejas (que conseguimos entrar) estão acabadas, precisando urgentemente de restauração, mesmo assim, possuem uma beleza impar.
Catedral |
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Iglesia San Francisco |
Iglesia Santa Teresa |
Iglesia San Lorenzo |
escada para subir no mirante da San Lorenzo |
sino da San Lorenzo |
vista da San Lorenzo |
Entramos no Mercado 10 de Noviembre, e lá encontramos as folhas de coca (não tem no mercado público), apesar de já estarmos mais de 4 mil metros de altitude, eu não senti nada de diferente, já mainha estava num cansaço terrível, qualquer esforço, até mesmo tirar e colocar o casaco, fazia-a respirar com mais dificuldade. Compramos um saco cheio de folhas por B$ 5, suficiente para toda a viagem.
O frio e a poeira da cidade fizeram com que parássemos em um restaurante fechado para tomar um vinho e almoçar. Logo de frente a praça entramos no El Tenedor de Plata, o e pedimos uma tábua de frios e uma lasanha da casa. Foi suficiente para terminar nossa estadia na cidade.
Seguimos novamente para o terminal e tomamos o ônibus para Uyuni as 16h. Algo moderno me chamou a atenção: uma máquina para carregar celulares, é só colocar a moeda!
Chegamos as 20h num frio de doer, tanto frio, tanto frio, que não conseguia andar pela cidade. Jantamos uma sopa e fomos para o hotel. Ficamos hospedadas no Hostal Oro Blanco, em quarto sem aquecedor, com banheiro privativo e chuveiro com opções de banho “gelado” ou “escaldante”, com limite de horário para o banho. A noite chegou a 3º negativos.
Custos (valores na moeda boliviana, que para converter para o Real, basta dividir por 2,05):
Passagem de ônibus para Potosí: B$ 20,00
Táxi do terminal até o outro terminal: B$ 15,00
Táxi do terminal até o centro: B$ 10,00
Entrada na Igreja San Lorenzo e mirante: B$ 10,00
Lasanha + Tábua de frios + 3 taças de vinho: B$ 146,00
Táxi do centro para o terminal: B$ 10,00
Passagem de ônibus até Uyuni: B$ 30,00
Táxi em Uyuni até o Hotel: B$ 3,50
Hospedagem com café da manhã no Hostal Oro Blanco: B$ 93,50 (valor por pessoa em apartamento duplo)
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