quarta-feira, 2 de agosto de 2017

3º Dia – Cruzando a Fronteira (Corumbá – Puerto Quijarro)

Chegamos bem cedinho em Corumbá, umas 5h30, mas apenas de passagem, pois tínhamos que chegar cedo na alfândega. Descemos no terminal rodoviário e fomos recebidas por um “amigo emprestado” (nosso anfitrião de Campo Grande, pediu a um amigo dele, que fosse à rodoviária nos encontrar, para ficar com nossas malas enquanto fazíamos os trâmites para ingressar na Bolívia). Mas ele fez muito mais que isso: Além de ficar com nossas malas o tempo necessário, ele ainda nos deixou na fronteira!

nosso novo amigo - Herlon

Nota: Corumbá guarda preciosos registros históricos e arquitetônicos em estilo europeu do século XIX, tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, com igrejas centenárias, praças históricas e portuária, museus, casas de arte e cultura e fortes com canhões. Pena que não pudemos conhecer nada disso! L

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Já na fronteira, no posto da Receita Federal, seguimos para a sala da Polícia Federal que fica logo na entrada da fronteira, do lado direito. Não tem ninguém controlando a entrada, ou se quer para dar alguma informação, poderíamos cruzar a fronteira sem nada, mas não conseguiríamos ir muito longe... A sala de atendimentos da PF só abre as 8h00 e tínhamos que esperar, foi tempo suficiente para formar uma pequena fila. Passando dessa parte, cruzamos a fronteira.



Já em território boliviano, temos que passar pela migração, onde tem outra fila, essa bem maior que a do Brasil. Enquanto esperávamos, pude observar umas bolivianas que vendiam suco e canetas... Os sucos ficam em baldes transparentes com um copo mergulhado dentro, quando você compra um suco, ela mete a mão dentro do balde, e usa o copo que está submerso como concha para encher o seu copo (faz isso com a mesma mão que recebe seu dinheiro) Fiquei curiosa para saber por que tinha tanta caneta para vender...




Já na migração, recebemos um formulário para preencher, mas não recebemos caneta, agora entendi! Ainda bem que levei a minha...


Depois de uma hora e meia na fila, fomos atendidas, e recebemos a permissão de ficar na Bolívia por 90 dias. Conseguimos trocar o dinheiro com um cambista que fica ao lado do banco (pois no banco mesmo, não aceitava real, apenas dólar), a cotação ficou R$ 1,00 = B$ 2,05

Nota: A Bolívia é o país de maior fronteira com o Brasil, e apesar de pouco divulgada como destino turístico, e muitas vezes encarada apenas como passagem ao Peru, decidi conhecer suas peculiaridades, e espero levar boas recordações daqui.

A entrada clássica para todo mochileiro, é através do famoso “Trem da Morte” que se toma aqui em Puerto Quijarro e vai até Santa Cruz de La Sierra. Para comprar a passagem fomos direto para a estação de trem. Esse trajeto é operado pela Ferrovia Oriental que possui duas opções de trem: Expreso Oriental e o Ferrobús, que operam em dias e horários diferentes. Como chegamos numa quarta-feira, o trem que saía era o da Ferrobús, ele é mais moderno, mais confortável e mais rápido que o outro (mas o Expreso Oriental é que é o trem da morte original).





Quando chegamos na estação de trem, a bilheteria estava fechada e tivemos que esperar por meia hora até abrir. Compramos as passagens com um belo desconto (para tercera edad e discapacitado). Adorei saber que minha carteirinha do Brasil dá desconto de 50% aqui na Bolívia.



Como era cedo, pegamos outro táxi, que mereceu uma foto, até a cidade para almoçar, experimentamos as sopas bolivianas que são servidas com grãos de milho, o restaurante era simples e barato, mainha gostou porque tinha uma imagem de uma santa dentro dele.

dentro do táxi 







Ah... A maioria dos banheiros aqui são pagos, não são tão limpos, mas também ainda não peguei nenhum que fosse um caos, no momento estão até acessíveis.


Não se tem muito o que fazer em Puerto Quijarro, e faz um calor terrível, então preferimos ficar na Estação Ferroviária até a hora do embarque.

Custos (valores na moeda boliviana, que para converter para o Real, basta dividir por 2,05):

Carona da rodoviária de Corumbá até a fronteira: Não tem preço!
Táxi da fronteira até a estação ferroviária de Puerto Quijarro: B$ 10,00
Passagem do Trem da Morte: B$ 117,50 (com desconto de 50%)
Táxi para a cidade (para almoçar): B$ 5,00
Almoço + água: B$ 10,00
Táxis de volta para a Estação de trem: B$ 5,00

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