Conheci o Iron, um veículo poderoso e destemido, que foi construído para explorar o mundo além das fronteiras. Ele é o lar de um viajante corajoso, que se aventura em territórios inexplorados.
O Iron deixou de ser um simples meio de transporte para se tornar uma casa, uma caverna de aventura que se move pelas estradas, levando consigo sonhos e histórias. Seu exterior forte e imponente é como uma armadura que o protege contra as intempéries do mundo exterior.
Seu motor ronca como o rugido de um leão, pronto para enfrentar qualquer desafio que se apresente. Seus pneus robustos e tracionados em todas as rodas são como patas de elefante, capazes de percorrer terrenos difíceis e trazer segurança.
Seu interior é como um ninho aconchegante, onde o viajante pode relaxar e descansar após um longo dia de exploração. É como uma cápsula do tempo, mantendo as lembranças vivas enquanto novas histórias são escritas.
Mas de que estou falando?
Estou falando de uma verdadeira obra-prima da engenharia e arquitetura, uma casa móvel com personalidade própria; um caminhão militar que se transformou em um lar.
Suas paredes foram feitas com materiais leves e duráveis. Possui quarto, sala, cozinha e banheiro. Tudo bem equipado e com janelas para permitir a entrada de luz natural e ventilação. Seus painéis solares no teto torna-o auto-suficiente.
Mas não tem como falar do Iron sem falar do seu fiel condutor...
Sérgio é brasileiro com descendência italiana. Aventureiro, montanhista, motociclista, ciclista, surfista, piloto de paramotor, kitesurfista e overlander. Sim, ele é tudo isso!
Rodou milhares de quilômetros pelo Brasil e América do Sul em cima de uma moto e num jipe que ele batizou carinhosamente de Inácia.
Em 2015 deixou para trás uma vida convencional e embarcou numa viagem pelo mundo. Nomeou sua aventura de "Projeto 50 Mundos" com o objetivo de visitar 50 países, onde em cada um pudesse conhecer um mundo diferente, com cultura, paisagem e gastronomia únicas. E nessa aventura ele chegou até a Sicília (na Itália) de moto.
Foi mais além... Decidiu "levar sua casa nas costas" construindo o Iron, onde ele poderá estar onde quiser... Agora, sem raízes, ele segue... Com o objetivo de rodar o mundo outra vez.
Eu tive a oportunidade de passar alguns dias como tripulante desse projeto e foi incrível!
Acordar em um lugar diferente todos os dias, com a paisagem mudando a cada janela que abre. Sentir o sol batendo no rosto e o vento fresco da manhã entrando pela porta da sala... Não ter um endereço fixo, mas ter o mundo como sua casa!
Pude viajar por praias lindas sem perder o conforto de um lar e vivenciar a forma livre de poder desbravar novos horizontes sem ter que se prender a um único lugar... E assim fomos do Piauí até o Rio Grande do Norte.
Uma casa móvel é como um caracol, onde você pode levar ela para onde quiser, é só engatar o motor e seguir a estrada. Você é o seu próprio condutor, o que te dá a oportunidade de conhecer novas pessoas e fazer amigos pelo caminho. Você pode viver em meio à natureza, com as montanhas e as árvores, ou ainda pode conhecer diferentes culturas e experimentar novas comidas em lugares completamente diferentes.
E o melhor de tudo? Sem se preocupar com acomodações, horários ou rotas pré-definidas, sentindo a emoção da descoberta, livre das limitações impostas pela rotina e pelos padrões sociais.
A bordo deste caminhão eu também pude passar por momentos de autodescoberta e renovação...E nessa viagem de pouco mais de uma semana eu pude viver uma experiência transformadora que me mostrou que, no final das contas, minha vida é a minha maior aventura... E que o real benefício não é o destino final, mas as histórias que são vividas ao longo do caminho, pois cabe a nós escolher como queremos vivê-la.
Ao embarcar nessa jornada épica com o "50 Mundos", Sérgio me mostrou que é possível realizar grandes feitos. Sua dedicação e comprometimento em construir sua casa móvel e percorrer os quatro cantos do mundo são pra mim um exemplo de resiliência e determinação. Foi uma oportunidade única e inesquecível que eu nunca vou esquecer.
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