domingo, 31 de julho de 2016

16º Dia – Relaxando no Hotel

Levantei as 5h da manhã com a coluna dolorida. Mal dormi.

A maioria dos peregrinos ainda dormia (e roncava) a essa hora, mas eu cheguei no meu limite. Juntei minhas coisas e disse: vou voltar para o hotel!



Minha prima foi comigo, os demais ficaram. Caminhamos uns 40 minutos até chegar à rua que passava carro e por sorte acabara de chegar um táxi. Entramos nele e fomos para o hotel.

Dormi feito um anjo!

Passamos o domingo inteiro assistindo TV, comendo e dormindo...

Vimos a missa, a ida do Papa e até alguns filmes com tradução em polonês. 

Curiosidade: A dublagem dos filmes aqui é feita por uma única voz, tanto faz se é homem ou mulher que esteja falando, uma única pessoa dubla, e você ainda escuta o áudio original ao fundo... muito bizarro!


sábado, 30 de julho de 2016

15º Dia – Vigília da JMJ

Chegou o dia da Vigília (onde todos irão passar a noite em oração no campo da misericórdia), eu nunca havia participado de uma até agora. E fui "no intuito" de participar apenas da caminhada...


A cidade toda estava preparada para isso. O transito foi interditado, tudo estava muito bem sinalizado, com banheiros químicos e barracas de suverires por todo o percurso.


São aproximadamente 13 km do ponto inicial até o Campo da Divina Misericórdia (local reservado e preparado especialmente para a vigília e a Missa de envio da JMJ no dia seguinte)


Saímos do hotel as 9h, mas devido as ruas interditadas e mudança de transito, só conseguimos chegar com o ônibus ao ponto de encontro próximo do meio-dia. Descemos, pegamos um bonde (para economizar alguns km) e começamos a caminhar as 13h05. O sol estava "de lascar"!





É uma caminhada bem divertida, com um aglomerado de pessoas de diversas nacionalidades caminhando e cantando com um único propósito. Na rua, várias gentilezas dos moradores: desde uma garrafa com água à distribuição de chocolates, frutas e banhos de mangueira para conter o calor...



Era muita gente!


Olha a altura desse padre que vinha à minha frente...


Após umas 3 horas de caminhando, chegamos no local onde estavam distribuindo os kits com a refeição do dia. A distribuição estava sendo feita pelo exército. Gente, era muita comida, desde enlatados, barras de cereal, bolachas, salame...




E eles comem rabanetes aqui como se fosse uma coisa bem gostosa fruta.

Fizemos uma pequena pausa para comer e continuamos o percurso (até que o enlatado de arroz com frango tava gostoso).




A grama daqui é cheia de rúculas (e não vi rúcula em momento nenhum nas saladas)...



Já próximo do Campo da Misericórdia, o caminho era repleto de "britas". Eu estava calçando minha melissa que me dá uma agradável sensação de estar descalça. Essa sensação era tão real, que senti cada pedrinha que eu pisava...



Ao chegar próximo da entrada, uma faixa com a foto do Papa bem sorridente nos desejando boas vindas, e a propaganda da empresa que quebrou as pedras...


Haviam banheiros químicos por todo o percurso, limpo e com papel higiênico.



As 18h chegamos no campo!


O Papa chegou as 19h. Em sua palavra o Papa pediu para que rezássemos pelo fim do sofrimento das vítimas de guerra, e que nossa resposta a guerra chama-se fraternidade, irmandade, comunhão e família.

Houve um momento de silencio e oração onde todos acenderam velas... O lugar, repleto de milhares de pessoas, ficou totalmente silencioso!




A energia do campo é fornecida por placas de energia solar e uns ventiladores para energia eólica!



As 22h o Papa se foi... E todos os que estavam lá presentes, ficaram em vigília. Minha intenção era voltar para o hotel, é tanto, que enquanto uns levaram barracas, colchonetes, sacos de dormir... eu não havia levado nada!

Mas como já era tarde, resolvemos dormir por lá mesmo. Esticamos a capa de chuva na grama, abrimos um saco de dormir por cima da capa e deitamos as três em cima (eu, minha prima e Dona Jane – que conhecemos aqui). 



Alguns grupos de jovens cantavam, outros rezavam, outros dormiam... Foi a noite que mais senti frio em toda minha vida! Meus ossos doíam...

sexta-feira, 29 de julho de 2016

14º Dia – Cracóvia (Polônia)

Hoje fomos conhecer a cidade e seu complexo de monumentos históricos. Dezenas de igrejas ajudaram a consolidar na Polônia a fé cristã, e foi em uma delas que, em 1946, aos 26 anos, o jovem Karol Wojtyla foi ordenado Sacerdote (muito antes de se tornar o papa João Paulo II).

Pegamos um bonde e fomos rumo à Cidade Antiga, cujo o coração é a praça central (Rynek Glówny). Mas para chegar até lá, descemos na parada da estação de trem e fomos caminhando, onde pudemos passar pelo Barbakan, que é a muralha que uma vez cercou a cidade.




O local estava sendo usado como setor de catequese e havia círculos de oração e estudo, bem como apresentações diversas pelos jovens.



Construída em 1948 com paredes de 3m de espessura e sete torres de vigia, o Barbakan é a parte da fortaleza medieval que protegia a cidade. Na sua frente dela, podemos passar por baixo do ainda conservado e renovado Portal Florianska (Brama Florianska), que dá acesso à cidade através de uma das ruas comerciais mais importantes.



Passamos pela torre da antiga prefeitura do século 15, que depois de incêndios e destruições, foi a única construção que restou.



Caminhamos até a Basílica de Santa Trindade dos PP. Dominicanos, nesta igreja encontra-se os restos mortais de s. Jacek Odrowaz que foi missionário na Rus e na Prússia e zelava para mostrar os valores do cristianismo. Sua canonização teve grande repercussão no mundo.


Subimos num carrinho de turismos e fomos conhecer Kazimierz, ao sul da cidade antiga e centro da vida judaica da Cracóvia. Um bairro inteiro com sinagogas, museus e cemitérios judaicos no qual relembra que em Cracóvia aconteceu a maior deportação já feita com um povo na história.


Redescoberto na década de 1990, hoje é um bairro vibrante e boêmio, com prédios históricos, bares e cafés. De fato, poucos lugares na Europa apresentam um ambiente da vida judaica pré-guerra tão bem preservado.

















Foi por aqui também que Oskar Schindler, sua fábrica e sua lista ajudaram a salvar muitos judeus (assista o filme A Lista de Schindler e entenda um pouco mais). Atualmente a fábrica é um museu dedicado ao período no qual a Cracóvia esteve sob o mando nazista (1939-1945).






Em uma parte do bairro, ainda ficou preservado uma parte do muro erguido para isolar o que eles chamavam de gueto, local onde os nazistas confinaram os judeus. O muro foi construído pelos nazistas no formato de uma sequencia de túmulos, representando afinal, a intenção dos alemães para aquele local: um grande cemitério.


Retornamos ao centro histórico e entramos no mercado (Sukiennice). Nele encontramos várias barraquinhas de artigos típicos e suvenires. Mas tava tão cheio, tão cheio, que mal conseguíamos andar lá dentro.

Estava havendo uma apresentação do exercito polonês na praça e ganhamos alguns biscoitos...






Antes as 19h para não correr o risco de ficarmos sem transporte, pegamos o bonde para o ponto de encontro, que para nossa alegria fica no estacionamento de um supermercado. Lá passamos o restante do horário até o restante do grupo chegar.

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Grandes informações retiradas do livro: Guia Criativo para o viajante independente – Europa Oriental (Zizo Asnis & Os Viajantes)