Marselha (em francês: Marseille) é a cidade francesa mais antiga e a segunda mais populosa. Está localizada na antiga província da Provença bem na costa do mar Mediterrâneo.
Passamos 3 noites lá e o hotel não poderia estar em melhor localização: ao lado dos bares e bem pertinho do antigo porto.
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Hotel Ibis Budget |
Pudemos desfrutar a cidade sem muita correria, tirando as frias manhãs para descansar e as tardes e noites ensolaradas para sair. Você não leu errado, são "noites ensolaradas" porque o sol só se punha perto das 22h, algo raro pra mim que sou nordestina.
O Vieux-Port, local em que estava localizado nosso hotel é o porto antigo de Marselha e é um dos lugares mais emblemáticos da cidade. Lá podíamos passear pelas docas, admirar os barcos, experimentar a comida local ou simplesmente ver o movimento de turistas (que era bastante)... Foi um local em que passamos inúmeras vezes e nunca nos cansávamos de ver. Ao redor deste porto existem vários monumentos que são lindos de dia e principalmente a noite quando estão iluminados.
Outro lugar que também caminhamos uma dezena de vezes foi a La Canebière, uma avenida que liga Vieux Port até ao le quartier des Réformés. Foi apelidada de Champs-Élysées pela beleza e imponência dos seus edifícios que fazem lembrar a famosa avenida de París.
Mas o lugar que achei realmente uma gracinha foi o Le Panier, bairro mais antigo de Marselha também conhecido por suas ruas estreitas e restaurantes charmosos. Apesar de muitos edifícios estarem degradados, eu gostei muito do lugar, do estilo das casas e da quantidade de bares e lojas, queria ter ficado mais tempo por lá.
Alugamos 2 patinetes para percorrer lugares mais distantes e foi a melhor escolha. Por € 6,99 tivemos direito a 100 minutos livres que nem chegamos a usar por completo.
Valeu super a pena para as duras subidas, principalmente quando fomos até a emblemática Basílica de Notre-Dame de la Garde que está localizada no topo de uma colina.
A Igreja é bem bonita e enfrentamos uma fila para entrar, mas além da arquitetura, o mais espetacular é poder ver a cidade "de cima" e ter uma noção de quão grande é.
Ah, também aproveitamos para comprar sabonetes extremamente cheirosos na lojinha de souvenir.
Curiosidade: Lá na Antiguidade, nas margens do mar Mediterrâneo, com o Sabonete de Alepo (Cidade na atual Síria) o sabão tinha como base uma mistura de sebo, cinzas e gordura de cabra. Na Idade-Média foi inventado o seu processo de fabricação com outras matérias-primas como o Azeite, o Sal e o Hidróxido de sódio ou Soda. Mais tarde, o Óleo de Coco veio aperfeiçoar a formulação original. No Séc. XVII, Marselha tornou-se na única cidade da França com poder para fabricar esses sabonetes e assim surgiu o nome: Sabão de Marselha. Ao longo dos tempos, o Sabão de Marselha adquiriu a sua notoriedade e hoje é reconhecido no mundo todo, mas é necessário ter cuidado pois na ausência de rótulo protegido, 95% dos sabonetes vendidos no mundo com a menção de "Marselha" são fabricados na China ou na Turquia ... Mais uma razão para ir a Marselha e adquir a versão original.
Seguimos até o Palais Longchamp pois sua construção nos chamou a atenção quando estávamos observando a cidade do alto. O palácio possui uma linda fachada e dentro dele existe um Museu de História Natural, o Museu de Belas Artes (os quais optamos por não visitar) e um parque gratuito não muito preservado com um zoológico de animais fake. Foi o lugar que pude ver mais locais e menos turistas, os mesmos comemoravam aniversário ali...
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animais fakes |
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comemoração de aniversário |
Ainda no tour de patinetes, fomos até a Cathédrale de la Major (Catedral de Marselha) que achei 10 mil vezes mais bonita que a Basílica. Ela foi construída com o intuito de ser vista por quem chegava à cidade pelo mar, e realmente é a primeira coisa que vemos. A entrada é gratuita e vale a pena a visita.
Em um dos dias que estava tendo protesto na cidade, aproveitamos para visitar o Arquipélago de Frioul, o acesso até lá é feito por um transporte público marítimo e a partida é do Vieux Port. O preço do bilhete de cada trecho é de 5.50€
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protesto |
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na fila para entrar no barco |
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no barco |
O Arquipélago Frioul faz parte do Parque Nacional dos Calanques e é composto por quatro ilhas: Ratonneau, Pomègues, If e Tiboulen, mas o barco que pegamos nos deixa apenas na Ratonneau que se liga a Pomègues por uma passarela. As outras duas nos só vimos a distância.
Inclusive, a If é famosa por possuir o Chateau d’If que foi construído em 1516 com a função de proteger a cidade de Marselha. Depois foi transformada numa prisão, tendo albergado muitos prisioneiros, os últimos foram libertados em 1914 e desde então que este lugar é um local turístico. Essa fortificação serviu de inspiração para a prisão que Alexandre Dumas descreve no livro “O Conde de Monte Cristo”, que para quem ainda não assistiu o filme de mesmo nome, eu super indico.
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Chateau d'If |
Enfim, Marselha foi uma cidade que gostei de conhecer, mas não moraria nunca nela. As ruas são sujas e fedem a mijo, a água tem um gosto horrível (inclusive as de garrafa), e tirando os turcos que estão sempre bem vestidos, penteados e de barba bem feita, os demais que cruzaram o meu caminho além de uma aparência suja, exalavam uma inhaca misturada com cêcê. Fico me perguntando: por que eles não usam os excelentes sabonetes e perfumes que possuem lá?
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