Parecia um dia normal... Era um dia normal!
Recebo um convite para ver o pôr do sol na "Virtudes", um lugar na cidade do Porto com uma bela vista do Rio Douro.
Depois de uma taça de vinho e uma bela caminhada tagarelando como sempre, chegamos. Realmente, que espetáculo! O entardecer faz-se bonito por si só... A companhia fez-me sentir segura e a vontade para desfrutar de uma garrafa inteira de vinho tinto onde posso afirmar de que falei em menos de 2 horas mais das 3 mil palavras que costumo pronunciar em um dia.
Hora de ir... No caminho um senhor deitado ao chão, no rodapé da calçada em frente a uma fonte antiga... Uma jovem o segurava, acho que ela falava francês... Outro rapaz estava em pé a meu lado... conversamos "um bocadinho", era brasileiro. A emergência foi chamada... Não lembro mais nada.
Estava de volta ao ponto de partida, onde tomei a primeira taça de vinho. Minha mochila estava em cima do balcão junto a meu casaco, meu celular não estava lá, foi quando senti falta dele. Tentei recordar os últimos passos, até refizemos alguns, mas nada... Voltei pra casa, dormi como um anjo.
Três dias se passaram, meu sobrinho me ensinou como localizar o telefone através da conta google, o fiz. Decidi refazer os passos daquela noite seguindo o aplicativo para recordar ou até encontrar o celular.
Cheguei ao ponto onde encontramos o senhor ao chão. Segundo o histórico do google, passei 14 minutos ali. Depois disso, "meu celular" pegou o metrô.
Mas eu não andei de metrô. Foi muito decepcionante perceber que depois de passar anos viajando pelo Brasil, América do Sul e América Central, meu celular foi levado justamente no país considerado o 6º mais seguro do mundo.
Voltei caminhando e relembrando a noite... Alguns flash surgiam na minha mente... Alguns fatos eu não acreditava/não queria estar recordando.
Foi uma noite tão divertida e descontraída, fui simpática e estava feliz. Por que se aproveitaram disso?
Tenho realmente que deixar de acreditar que todo mundo é bom.