terça-feira, 17 de julho de 2012

Bloqueio Psicológico


Pode algum acontecimento do passado gerar um bloqueio no futuro?

Será que de alguma forma, uma simples atitude, palavra ou gesto pode transformar-se em um trauma tão complexo que bloqueia-nos sem que possamos nos dar conta disso?

Meus últimos dois dias foram muito tumultuados: Curtição, pesadelos, atitudes impulsivas, medo, orgulho, ressaca moral, crise emocional, reconhecimento, ajuda alheia, reflexão, indecisão, alívio.

Acho que nunca falei sobre isso aqui, talvez porque não vi necessidade, ou não tive vontade, ou até mesmo porque não é da conta de ninguém... Mas agora acho que preciso tirar isso que estou sentindo de dentro de mim. Nem que seja apenas por escrever... ou para saber outras opiniões, ou simplesmente descarregar, como muitas outras e outras postagens que faço aqui.

Saí da casa de meus pais quando eu tinha 18 anos, para conviver com outra pessoa. Não tínhamos estabilidade financeira, casa para morar ou perspectivas de vida... Eu queria apenas sair de um lugar onde eu não tinha liberdade.

Ganhei uma nova família (maravilhosa), aprendi a cozinhar, adquiri responsabilidade financeira, fiz universidade, escolhi uma profissão, comprei um apartamento e casei de véu e grinalda na igreja.

Tive momentos altos e baixos, convivi com romance, frieza, carinho, egoísmo, aventuras, brigas... Criei dois gatinhos, um bonsai e quase adotei uma menina. Sentia-me livre para fazer o que eu quisesse!

Apesar de morar com outra pessoa, eu me virava sozinha, saía para festas com meus amigos, trabalhava e pagava minhas contas. Mas sempre, ao chegar em casa, tinha alguém para conversar, ou até mesmo, apenas para dormir ao meu lado.

Sete anos se passaram e o casamento acabou. Fiz terapia para me adaptar a essa nova etapa: Morar só.

Mudei de emprego e de profissão. Redecorei o apartamento, fiz várias viagens, aumentei a convivência com minha família, entrei em um novo relacionamento, comecei a estudar inglês e fazer pós-graduação. Comprei uma moto.

Aprendi a ser mais paciente e menos orgulhosa. Amei e fui amada, vivi momentos únicos, mas me sentia sufocada e infeliz. Não era livre.

Joguei tudo pra cima e comecei uma nova fase: Coração fechado e mente aberta. Viagens mundo afora, acampamentos, aventuras, festas... Cursos profissionalizantes e aprofundamento em minha atividade profissional.

Tive várias paixões, algumas desilusões, nenhum compromisso. Após quase três anos de “viva a mim”, hoje (na verdade há dois dias), percebi que não consigo ter momentos rotineiros, como tomar café, almoçar, ou até assistir TV com ninguém que me relaciono. Eu simplesmente evito.

Sem perceber, eu crio novas programações, ocupo meu tempo com trabalhos e novos compromissos, e as horas vagas com amigos e outras obrigações. Tudo para não ter momentos que compartilhem uma rotina cotidiana.

Isso seria algum bloqueio?

Passei os últimos dois dias refletindo sobre isso, fiz minha pequena visita à praia, passei horas olhando para o mar (faço isso quando quero refletir), chorei muito, abracei desconhecidos, conversei com amigos. Cheguei até a questionar meus objetivos, sentindo a falta deles. Sinistro.

Enfim, descarrego efetuado! Acho que ficarei bem melhor agora... Aceito conselhos.

13 comentários:

Alan disse...

Ufa!! depois de tudo isso só mesmo "tomando uma Kaiser!!" se soubesse que vc tava assim, ontem estive em JP, tinha te chamado para tomar uma...Quanto a conselhos não acho adequados, prefiro dizer que vc tá iniciando um novo momento, ou melhor, a ficha tá caindo e vc vai precisar "startar" um novo game...só isso. Abração...

Anônimo disse...

Bem, vamos lá...

Sim é a resposta à primeira pergunta; palavras, gestos, atitudes, experiências, enfim, muitas vivências de nossas vidas podem sim nos traumatizar e, assim, fechar-nos, inconcientes (e o perigo tá justo aí, a inconciência), para novos experimentos.

Agora vamos ao lado luminos, que talves não esteja tão claro agora. VOCÊ É UMA VENCEDORA, uma pessoa rara entre tantas comuns... Suas próprias experiências, narradas desde teus 18, marcam a personalidade admirável que tens e isso eu vejo não só no post, te conheço pessoalmente e posso afirmá-lo.

Por fim, se assim for, chore mesmo, deixe as lágrimas te lavarem a alma! Desperte para um novo dia, assim como um rio, que apesar de ser o mesmo, a cada minuto não o é mais (como na filosofia de Heráclito). Não hesites em abandonar velhos costumes, não tema considerar novos valores, etc... Assim quem sabe descubras uma forma de superar este "bloqueio", já que uma nova Alê demanda um novo "cotidiano" e nada tem que ser como já foi um dia!

Um amigo alhures.

Alessandra Nogueira disse...

Ow Alan, obrigada! Era pra ter ligado sim... Mas eu trocaria a Kaiser por uma Ice bem geladinha, rsrsrs

Rumo a esse novo momento então, “startar” de novo!

Alessandra Nogueira disse...

Olá anônimo, meu lindo, você demora à escrever aqui mas não tenho dúvidas quando as postagens são suas. Também acho a inconsciência um grande perigo, as expectativas também. Como você mesmo disse, você me conhece, e pôde conviver com esse meu lado que hoje escondo, descobriu algumas das minhas fraquezas e mesmo assim ainda me acha uma vencedora? Poxa! Obrigada pelas palavras aqui escritas, tentarei não hesitar nos próximos passos.

Bjos, e apareça quando estiver por aqui.

Anônimo disse...

A vida é feita de "ciclos" sair de casa foi um o casamento foi outro... e na minha opinião ambos não se concretizaram,( calma é apenas uma opinião ) talvez por isso o "bloqueio"

O que passou passou, faça novos ciclos, assim é a vida!

Foi bom para os seus seguidores ter a oportunidade de opinar em algo tão pessoal.

SRN

Joyce Hauschild disse...

É isso....colocar pra fora, avaliar e se auto ajudar!!!! Use e abuse das amizades pra isso. Conversando descobrimos nossos maiores fantasmas...Ouse e corra atrás de seus sonhos...e os objetivos vão aparecendo ou RE-aparecendo pouco a pouco. Carpe Diem SEMPRE!!!!

Alessandra Nogueira disse...

SRN, também acho que a vida é feita de ciclos, mas não entendi o "não se concretizaram".Como não? Mas num aconteceu? O que é concretizar então?

Alessandra Nogueira disse...

Joyce, Obrigada pelas palavras, pelos seus ouvidos, e pela sua paciência...rsrsrs Me ajudaram muito nas descobertas.

Joyce Hauschild disse...

Ale....AMIZADE não se agradece.....AMIZADE simplesmente É!!!! Adoro tu...sorte grande por aí!!!!!

Titio disse...

Oi Alê.
Menina...
Voltando de viagem hoje no avião fiquei vendo um filme no meu brinquedinho novo. Se voc~e está acompanhando meu Blog, deve saber qual é o brinquedo.
Pois bem... Não sei se você já viu "A Dama de Ferro" que fala sobre Margaret Thatcher. Vi o filme quase todo, vou ver o restinho aqui em casa. Uma parte do filme não me saiu da cabeça, que é uma hora em que ela conversa com seu médico. O que ela disse entrou cortando nos fones de ouvido, pois achei que podia aproveitar algo do ela falou para o médico, que foi uma coisa que o pai dela falou pra ela. Resumindo... Lendo aqui seu "desabafo", pode ser que o que ela falou sirva para você como serviu para mim. Segue as palavras dela:

"Os pensamentos e as ideias...
Os pensamentos se tornam palavras, cuidado com as palavras, elas se tornam ações.
Cuidado com as ações, elas se tornam hábitos.
Cuidado com seus hábitos, eles se tornam seu caráter.
E cuidado com seu caráter, ele se torna o seu destino!
Nós nos tornamos o que pensamos."
Agora vou te falar o que pensei na hora. Quer mudar algo? Mude seus pensamentos!
Bjsssssss.

Anônimo disse...

Só matando de xêro mesmo.

Alessandra Nogueira disse...

Titio, acompanho seu blog, mas não sabia do seu brinquedinho. Voltei e reli para descobrir.

Se está falando do Ipad, ele está descrito com as letras pretas, que não as leio... rsrsrs

Também assisti (tentei assistir) esse filme, mas achei monótono e dormi antes de chegar na metade. Mas eu concordo com a frase que você colocou aqui, também acredito no poder de um pensamento, já assistiu "O segredo"?

É... Vou repensar os meus pensamentos... rsrsrs

Obrigada Titio! E apareça pela terrinha pra gente tomar um vinho e comer caranguejo.

Bjos

Anônimo disse...

Muito bom, creio que escrever ajuda um pouco. bem dessa vez eu fui bem mais longe do que já fui eu sou jovem tenho 20 anos, contudo meu problema é antigo. Eu mesmo sem querer evito sentimentos e demonstrações de afeição, isso desde a infância talvez por ter acontecido algo que me bloqueou, talvez por meu pai ser assim, apesar de ser o melhor pai do mundo, ele é um pouco fechado, ainda sim ele me ama muito e demosntra em cada ato da sua vida.
Eu tenho uma família bacana, de certo , bem estruturada, acho que o que me causou problemas foi saber que meu pai traiu minha mãe, na verdade, ele era casado e se separou, chegou a pedir o divorcio mas nunca o concretizou de verdade, quando conheceu minha ma~e ele prometeu que em 2 anos se separaria e els se casariam no cartório. bem , faz 26 anos e até hoje nada. Quando eu tinhas uns 10 anos minha mãe descobriu que meu pai teve outra filha com sua ex esposa, quando eles já estavam juntos.. tipo meus pais tem 26 anos de "casamento" e minha outra irmã tem 24, ou seja rolou sim uma recaída. Enfim, desde então convivo com minha mãe dizendo o quanto eu devo estudar e me tornar independente para NUNCA acreditar ou depender de um homem, pois para ela os HOMENS MENTEM. Eu amo meu pai, sei que o que ele fez não foi correto, mas isso não me faz deixar de ama-lo, e também não posso julgar minha mãe por ficar triste com isso, no fundo eu ODEIO quando eles brigam.

Não sei, se é por isso, ou não, mas eu sou muito fechada, muito família, muito reservada, não demonstro meus sentimentos por medo das pessoas não compreenderem ou questionarem. Nesse sentido, há 7 anos atrás eu me apaixonei por alguém, nunca tive coragem de falar com ela até esse ano, quando num desabafo numa rede social ela me chamou e passamos a conversar, em menos de 2 semanas ela soube tudo : que eu me apaixonei por ela, que eu tive medo de contar, que eu tive depressão, que eu quase me matei, que eu tive vergonha de olhar para os meus pais, que eu mudei de escola para esquece-la, que tudo que eu tenho feito até agora é tentar esquecer, ou pelo menos parar de pensar nela. É impossível.
Ela não me corresponde claro, namora e é perdidamente apaixonada pelo namorado, contudo estabelecemos uma amizade, hoje em dia eu não posso ouvir a palavra NAMORADOS que penso nela e eu fico extremamente triste, SEXO então eu começo a pirar. o Fato é que eu tenho nos últimos anos bloqueado e fugido de tudo que me lembra ela ou que tenha algum sentimento no meio... Não vejo filme de amor, não ouço musicas românticas, não gosto de ver pessoas se beijando na rua, na verdade eu passo os dias mantendo minha mente ocupada com livros, filmes e seriados, não consigo suportar a idéia de pensar um segundo que seja nela, porque isso me faz mal.
Eu sei que estou mal pois já pensei em morte como saida para acabar com todos os problemas, porém eu já parei com isso, não vai resolver nada, aliás nada é para sempre, e eu sou jovem, só estou perdida e não sei o que fazer, não gosto de conversar com amigos pois penso que cada um tem seus problemas não quero importuna-los com isso, e não posso tbm conversar com minha familia, eles não entenderiam. Ou seja, eu estou só nessa, tenho que aguentar tudo dentro de mim e não posso expor para fora, pois viriam perguntas difíceis de responder. Eu apenas sofro e absorvo, empurro cada vez mais para dentro.

Realmente não sie o que fazer, tenho bloqueado tanto as coisas em minha vida que me sinto sufocada, sem perspectiva, mas no fundo creio que um dia tudo irá passar, só quero que passe logo e não sei como fazer para passar.