sábado, 8 de fevereiro de 2025

A dor da incerteza

Na minha adolescência eu costumava ouvir bastante a música Everyday de Phill Collins... Gostava da batida e principalmente do piano. Sempre gostei do som de piano. É a terceira música do álbum Both Sides, que escutei inúmeras vezes no meu toca-CD e também quando patinava no gelo. Eu tinha 14 anos, não falava inglês e nunca busquei a tradução, apenas gostava da melodia e escutava.

 

Nesses dias eu a escutei novamente, agora que posso entender, prestei mais atenção a letra... Uma onda de emoção tomou conta de mim imediatamente. Tudo, absolutamente TUDO que ele fala, eu estou sentindo desde que saí da Irlanda do Norte.

Eu não estou bem! Não mesmo... Estou em um país que amo, tem um clima maravilhoso, comida deliciosa, praias espetaculares... Mas não sinto vontade de ir a nenhum lugar. O carnaval está se aproximando e eu não sinto vontade de estar com ninguém... Sempre falei que não acreditava em depressão, e acho que é isso, pois é realmente algo inexplicável, uma sensação de impotência misturada com falta de ânimo e uma dor tão grande que me faz não querer mais existir... Um sentimento de decepção agudo que só aumenta.

Nada nem ninguém consegue ajudar, não existe fórmula, remédio ou terapia certa. É um grande vazio que só o tempo consegue preencher.


A mente fica tão confusa que eu já me peguei pesquisando custos e formas de aderir ao suicídio assistido após assistir os filmes "Me before you" e "Selvmords Turisten". E depois de saber onde, como faz e quanto custa, confesso que considero uma opção muito digna de chegar ao fim.

Estou usando a pouca força de vontade que ainda me resta para ter paciência e aguardar o tempo necessário até que os inúmeros problemas que encontrei aqui tenham soluções viáveis.

E sem uma certeza para tal, sigo fazendo novos planos, mesmo que não sejam o que eu realmente quero, mas apenas para fugir (mais uma vez) daquilo que eu não quero.