Muito além de Belém - Vigia e Colares (Pará)

As vezes eu queria entender como um lugar com apenas 4 pessoas pode ficar tão sujo... É sério! Já fiquei em um hostel que tinha mais de 12 pessoas usando o mesmo banheiro e estava sempre limpo, mas aqui só tem 4 hóspedes e eu tenho receio de usar o banheiro. E não é por falta de limpeza não viu?! Pois sou eu estou limpando TODOS os dias.

Quando me apliquei para esse hostel em que estou, a vaga era para "organizar eventos e festas", mas devido a pandemia as festas não estão acontecendo,  então eu "fui premiada" com a limpeza... O trabalho não seria tão desgastante se os hóspedes fossem mais educados... Talvez se eles não fizessem xixi no chão, nem deixassem pasta de dente na pia, se recolhessem os tufos de cabelos do ralo ou se pelo menos apertasse a descarga... Talvez, o banheiro ficasse mais habitável.

Enfim! Comecei com esse desabafo pra justificar minhas fugas... É que quando eu tenho uma folga, procuro logo outra cidade pra dormir, de preferência com um banheiro que eu possa usar sem ter que lavar antes.

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Conheci duas novas cidades... Novas pra mim, pois uma delas é mais velha do que a própria capital.

Eu e Luiza saimos de Belém as 15h, após minhas visitas ao cemitério que falei na última postagem. As 17h nós já estávamos no porto da balsa penhalonga. Queríamos atravessar para chegar em uma cidade chamada Colares. Mas, devido as restrições por causa da pandemia só estava sendo permitido a entrada de moradores que apresentassem o comprovante de endereço. 

Sem opção de travessia naquele horário, saímos de lá desapontadas, mas já tínhamos um plano B, fomos à Vigia.

Também chamada de Vigia de Nazaré, o município teve origem 6 dias antes de Belém, quando os portugueses criaram o posto de "vigia" militar para vigiar o acesso de embarcações.

a cidade possui 405 anos

Apesar de antiga, além das duas igrejas, não existe uma parte histórica com construções coloniais nem casarões, a cidade é pequena e sem muita coisa pra ver.

A Igreja Madre de Deus é dedicada a Nossa Senhora de Nazaré e foi construída em estilo barroco. É o segundo grande edifício dos Jesuítas na Amazônia e foi considerada patrimônio cultural nacional sendo tombada em 1954.

Igreja Madre de Deus

A Igreja de Pedras ou Capela de Nosso Senhor dos Passos datada do século XVIII, é um templo que chama bastante atenção quando chegamos na orla, feita com pedras sobrepostas e sem reboco sob ordenação da arquitetura Jesuíta, ela foi construída pela mão de obra negra africana escravizada e pelos indígenas. Em 2011 ela ganhou o título de primeira maravilha do Pará. 

Capela de Nosso Senhor dos Passos

Ficamos no Hotel do Líbano que é super bem localizado e com uma excelente vista do rio. O quarto é bem confortável e o principal: banheiro limpo. Fomos recebidas pelo próprio dono, Daniel, que nos tratou maravilhosamente bem.

Hotel do Líbano

vista do Hotel

vista do Hotel no entardecer

Como não tinha muito o que fazer na cidade, seguimos para nosso destino inicial, mas dessa vez de outra forma. Deixamos o carro em Vigia e pegamos um barco para cruzar o rio até a Ilha de Colares.

Luiza e eu

dentro do barco cruzando o rio

Deu certo! Descemos em Guajará e pegamos uma lotação em que através de uma estrada de barro seguimos por quase 1 hora passando por alguns vilarejos até chegar na famosa cidade dos ETs.

dentro da lotação do Sr. Marajó

Colares do Pará é um pequeno município com aproximadamente 11 mil habitantes. A cidade ficou internacionalmente conhecida após a exibição de um documentário da The History Channel chamado Arquivos Estraterrestres acerca de frequentes ataques de supostas naves e seres extraterrestres que foram documentados pela Operação Prato. Por causa disso, o lugar é completo de esculturas de alienígenas, fato que atrai bastante turistas como eu... Amei!

Mas não é só os relatos de mistérios que atraí as pessoas à cidade. Colares é uma ilha com pouco mais de 600 km de extensão cortada por praias e igarapés. Em uma de suas praias, Humaitá, encontra-se uma importante área biológica que possui reprodução de arraias, fato que torna os arredores perigosos para banho, mas incrivelmente belo para apreciar.

Paramos num restaurante chamado Bodega da Chica que possui um cardápio maravilhoso. Pedimos um camarão (pra variar) e apreciamos a vista. O atendimento lá é excelente!!!

nada mais apropriado para beber em Colares

Camarão rosa

Os Igarapés, cujas águas correm diretamente para a Baía de Marajó possuem águas cristalinas...  Fomos para o Balneário da Rayanne, um lugar encantador que apesar de estar fechado nesse dia, nos deixaram entrar para tomar um banho e ainda tivemos o privilégio de escutar alguns relatos dos fatos ocorridos na década de 70.

O Sr. Maduro ainda me preparou deliciosas cairiposkas enquanto contava as curiosas histórias.

eu, Sr. Maduro e Luiza

Foi um dia super divertido, principalmente no retorno, onde nos aventuramos com o mototaxista Denilson até Guajará para pegar o barco da volta até Vigia.

Curiosidade: tanto na cidade de Vigia quanto em Colares foram registrados ataque de estranhas luzes a população dos municípios, tudo foi registrado por oficiais da aeronáutica. O objetivo era investigar o aparecimento e movimentação dos chamados Objetos Voadores Não Identificados – OVNI em alguns locais do Pará, como Baia do Marajó, Baia do Sol, Rio Bituba, Ilha de Colares e municípios de Santo Antônio do Tauá, Vigia, Colares, Ananindeua, Castanhal e Belém (Ilha do Mosqueiro).