Com quase 70 km de extensão, o litoral do Piauí possui apenas quatro municípios: Ilha Grande, Parnaíba, Luis Correia e Cajueiro da Praia. Esse último, que faz divisa com o Estado do Ceará é onde abriga a tão famosa Praia de Barra Grande. Já ouviu falar?
Pois é... Recentemente conheci o primo de uma amiga, que mora lá em Teresina, quando eu falei que estaria indo visitar o seu Estado, ele me enviou vários vídeos de praias que eu deveria conhecer, e um desses vídeos era uma reportagem que falava sobre Barra Grande, inclusive comparando-a à Praia de Jericoacoara (veja o vídeo abaixo).
Isso me fez ficar bastante curiosa em conhecer o lugar, claro!
E o mundo é tão cheio de coincidências, que ao chegar em Parnaíba eu dividi o quarto com um paulista muito simpático chamado Lean, que estava indo à Barra Grande no dia seguinte... Peguei logo o contato.
Passei a segunda-feira voluntariando e descansando... A noite eu conheci o Matias, músico gringo (francês/argentino) bem mais brasileiro que muitos outros que vivem no Brasil, e que mora em Barra Grande há 8 anos.
Não deu outra, no dia seguinte peguei o carro e fui conhecer a tão falada praia... E também encontrar meus dois novos amigos.
Como disse no inicio do texto, a Praia de Barra Grande fica localizada no município de Cajueiro da Praia. O lugar tem esse nome por possuir vários "pés de caju", inclusive o MAIOR CAJUEIRO DO MUNDO. Isso mesmo! E eu achava que era o de Pirangi em Parnamirim (já falei sobre ele aqui).
Em 2017 o Cajueiro-Rei (nome dado ao cajueiro do Piauí) foi comprovadamente certificado que é maior do que o cajueiro de Pirangi, que até então era o que estava no Guines Book. Os pesquisadores usaram ferramentas do SIG (Sistema de Informações Geográficas) que utiliza imagens de satélite e medem o perímetro da área ocupada.
O Cajueiro-Rei totalizou 8.834 m², enquanto o do Rio Grande do Norte mede cerca de 8,5 m².
Enfim, como ele está localizado em uma praia com muito espaço para crescer, termina sendo uma grande desvantagem medir dessa forma, levando em consideração de que o cajueiro de Pirangi fica localizado dentro do perímetro urbano e só pode crescer "pra cima".
De qualquer forma, com medições injustas ou não, fui conhecer a grandiosa obra da natureza.
É impossível visitar o lugar e não fazer comparações... Primeiro temos que cruzar a cidade inteira até chegar no cajueiro-rei que possui um restaurante com o mesmo nome na frente. Fora isso, existe um balanço ao lado de dois cajus sorridentes desenhados na entrada e uma pequena placa dentro do terreno onde fica a Grande árvore, NÃO existe mais NADA!
EXATAMENTE NADA nem NINGUÉM para explicar ou mostrar ao menos onde fica o tronco principal.
Achei decepcionante! Ainda prefiro o de Pirangi...
Eu estava com o Lean, e saímos de lá meio desapontados com o achado turístico. Então seguimos para a cidade.
No caminho de volta adivinha o que encontramos? Isso mesmo, um cemitério! Hahaha
Com uma vista linda da praia e túmulos simples (alguns deles virados para o mar), pudemos deslumbrar muito mais da beleza.
O Lean ficou hospedado no Hostel Raízes, muito famoso em Barra Grande por ser um lugar que foi construído com uma arquitetura artística baseada na bioconstrução, com cabanas peculiares e telhados de palha.
Apesar de estar um pouco desgastado e com muito entulho ao redor de seu terreno deixando o lugar com a aparência de sujo, é realmente um hostel peculiar e vale algumas fotos.
Fomos para a areia da praia e apreciamos o pôr do sol, que pra variar, é lindo!
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eu e Lean |
Em seguida caminhamos pelas ruas da cidade e fomos até a praça em frente a igreja, onde "estaria" acontecendo uma quermesse. Na verdade tinha algumas barraquinhas e eu pude experimentar um didin de farinha láctea (com gosto de mingau).
Então o Matias nos encontrou... Depois de alguns minutos de conversas, ices e cervejas, encontramos com mais duas amigas do Lean e seguimos para um bar chamado Oca.
O lugar é simples, oferece uma cerveja bem gelada, uma caipiroska gostosa e um ótimo atendimento. Ficamos por lá até fechar.
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Sara, Maura, Lean, eu e Matias |
O Matias carinhosamente reservou um lugar especial na casa dele pra que eu pudesse passar a noite, e eu pude sentir os ventos noturnos do litoral do Piauiense.
No dia seguinte, aí sim fui conhecer a tão famosa Barra Grande.
A vila no centrinho da praia possui uns bares e restaurantes "pé na areia", por isso a comparação com a Praia de Jericoacoara.
Como saiu um novo decreto por causa da pandemia, a maioria dos lugares estão fechados e devem permanecer assim até depois do carnaval.
A solução era ir até a praia...
Quando a maré está baixa, recua muito mar adentro, dando espaço a uma beleza incrível onde você pode caminhar bastante com a água que não chega nem na altura dos joelhos.
Já com a maré alta, a prática do kitesurf domina toda a praia.
Depois de um banho de mar nas águas rasas sob um sol escaldante, passamos o resto do dia no "Trabalha Brasil", apreciando a vista, bebendo e saboreando os camarões grandes e deliciosos que eles servem lá.
A praia é realmente linda e ainda está pouco explorada turisticamente. Ela tem aquela tranquilidade de uma vila de pescadores e oferece alguns luxos de vida moderna para turistas. Digamos que em 5 anos isso possa evoluir para uma praia mais badalada e agitada como Jeri e Pipa.
Voltei à Parnaíba no inicio da noite, cheguei exausta e ainda salgada. Só tomei banho e dormi!
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