segunda-feira, 12 de março de 2012

Causos de uma vida agitada

Descendente de uma família de hipocondríacos, não é de se admirar que eu me preocupe com a saúde, mas como detesto tomar remédios, substituo esse vício familiar por freqüentes visitas à médicos.
Vez ou outra faço àquele check-up. E quando acontece algo estranho, procuro logo um especialista. Digamos que eu utilizo bem meu plano de saúde.
No entanto, em minha ultima consulta médica eu tive uma surpresa. Vou resumir...
A vizinha da minha mãe descobriu recentemente que está com esclerose múltipla, e tudo começou com leves dormências na perna.
Já tive um dormência na perna direita por um tempo, mas passou, e em um dia normal de trabalho eu tive uma “leseira” rápida de uns 20 segundos, onde não conseguia expressar nenhuma palavra ou ler um texto.
Assustada com a doença recém descoberta da vizinha, na qual a conhecemos desde minha infância, procurei um neurologista.
O médico solicitou uma ressonância magnética do encéfalo e um raio-x da coluna. Como meu plano de saúde ainda não cobria tal procedimento, esperei cumprir o prazo de carência para realizá-lo.
Passado o período, fiz os exames e retornei ao médico que me chamou de “sumida”... Ele observou bem a ressonância e me informou que estava tudo perfeito, Não tenho esclerose (ufa!), e a leseira pode ter sido um pico de estresse...
Até aí tudo bem...
Mas o semblante do médico mudou ao ver o raio-x da minha coluna. E me mostrou algo bem intrigante: uma fratura. Isso mesmo, minha coluna está quebrada!
Ele solicitou então uma ressonância magnética e um novo raio-x em três posições da coluna... Também falou na possibilidade de fazer uma cirurgia... Saí do consultório meio que anestesiada com a notícia, mas ainda assim consegui assistir aula.
Na hora de fazer os raios-x, era impressionante a reação dos radiologistas ao olhar para a fratura. Eles perguntavam: como você está andando? Como não está com dores?
É claro que eu sinto dores na coluna, mas sempre imaginei que era devido à postura, ou por dormir com a posição errada... mas nunca achei que tinha a coluna quebrada.
Fui à meu ortopedista (o bonitão que fez a cirurgia no meu pé ano passado), levei os exames em busca de uma segunda opinião... Foi muito bom entrar na sala dele e ouvir: “Oi Alessandra, como está?Pilotando moto ainda?” (ele lembrou de mim... e ainda estava sem aliança... ai.. ai...).
Bem, voltando ao assunto, ele viu o raio-x, e bem tranquilo pegou uma régua, uma caneta, e começou a medir o desvio da vértebra causada pela fratura do osso... Acessou um artigo no computador falando sobre espondilolistese e me mostrou que eu estou com “grau III”, e é necessário SIM fazer uma cirurgia. Ainda me acalmou dizendo que o neurocirurgião que está me atendendo é excelente, e que seria quem ele iria indicar, caso eu não soubesse a quem recorrer.
Sai de lá mais tranquila, apesar de querer ter ouvido que a cirurgia não seria necessária.
Retornei então ao médico (neurocirurgião), ele me informou com riquezas de detalhes o que seria necessário para corrigir o problema, quais os riscos e os benefícios. Marquei a cirurgia.
O plano de saúde já autorizou: próximo dia 15, exatamente as 14:00h, estarei sendo operada.
Isso mesmo, minha coluna irá ganhar alguns parafusos com bloqueadores e hastes e 25 gramas de enxerto ósseo.
Daí em diante vou apitar em todas as portas de banco.
Ah... Agora a parte engraçada:
Perguntei ao médico sobre a cicatrização, pois não quero ficar com queloide (cicatrização saliente e avermelhada), então ele me perguntou se eu já havia feito uma cirurgia com cortes antes, como a do meu pé não houve corte eu respondi: Fiz uma retirada de cisto do seio...
Aí ele disse: Deixe eu ver!
Juro que MORRI de vergonha!!! O médico tem a minha idade, e estava ali olhando para a cicatriz do meu peito e dizendo: Não, você num tem queloide não!!!
Pode imaginar a cena!

Um comentário:

Joyce Hauschild disse...

morrendo de rir....só vc mesmo!!!!