Há 4 anos minha irmã decidiu ter outro filho, há 4 anos ela fez tudo "como deve ser feito" para adotar uma criança da forma "legal". Não escolheu sexo, nem cor... Não deu preferência para que fosse um bebê... Ela queria apenas outra criança para amar assim como ama seu outro filho.
Há 5 anos Gabriel foi retirado da família para viver em um orfanato. Com apenas 4 anos de idade ele foi viver com outras crianças, adolescentes, psicólogos, pedagogos e outros adultos que nunca seriam seus pais.
Por cinco anos ele esperou que o sistema judiciário pudesse lhe dar uma família que o amasse... Durante esse período ele não aprendeu bem o português, nem as contas básicas de matemática, muito menos outras disciplinas... Não teve um bom acompanhamento com sua higiene, não sabendo fazer um asseio após usar o banheiro, escovar bem seus dentes ou até mesmo lavar as mãos antes de uma refeição.
Enquanto ele convivia com "profissionais" que não o ajudaram a evoluir, minha irmã tinha que preencher demasiados papéis provando que tinha condições financeiras, uma "boa" idoneidade religiosa, atestado psiquiátrico, entre outros...
E assim o tempo foi passando... Cada um de um lado, sem poderem se conhecer.
Hoje Gabriel tem 9 anos, talvez já com a personalidade formada, talvez com alguns traumas, talvez com algumas dúvidas, talvez com alguns sonhos...
Mas agora ele tem uma certeza: possui uma mãe que o ama!
Após uma longa espera, minha irmã finalmente recebeu seu filho adotivo, que será amado e terá uma vida cheia de oportunidades.
Infelizmente a morosidade do sistema judiciário teima em manter as crianças sem famílias, algumas até chegar à idade adulta onde seu principal destino é a rua, sem percepção de futuro e sem preparo algum para encarar a vida. Sendo em sua maioria das vezes adotadas pelo crime.
Que bom que Gabriel pôde encontrar uma família!
Espero que outros tantos Gabrieis que existem por aí no Brasil e no mundo também encontrem um lugar para viver, crescer e aprender o que é amor.
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Mainha e seus 4 netos |
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