quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ouro de Tolo - Raul Seixas

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês...
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73...
Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa...
Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...
Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado...
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado...
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...
Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...
***
Antes eu achava a letra dessa música sem sentido, hoje eu a entendo perfeitemente bem.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sair na chuva e não se molhar – NÃO TEM PREÇO!!!!!

Uma semana com meu carro e mal consigo explicar tamanha alegria, principalmente hoje.


A chuva grossa e constante que cai na cidade não me irrita mais. Não preciso mais colocar capa de chuva, nem enxugar os pés quando chego no trabalho. E dirigir escutando Jack Johnson então? Uma maravilha!!!

Pois é, comprei meu carro - um QQ vermelho - pequeno e liiiindo! (pelo menos EU acho). Batizei-o de “baratinha”...

Não desfiz da moto, ela é muito útil quando não está chovendo, ágil, econômica e sem transito! Por enquanto ficarei com os dois.

Estou com muitas novidades, tem muita coisa boa acontecendo na minha vida e muitas mudanças ainda estão por vir. Inclusive a de alguém morar comigo (pasmem!!!). Mas isso é assunto para outra postagem... Não, não... Não vou contar agora.

Nesse final de semana farei minha segunda viagem na baratinha... Adorando!!!! J

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Apego Material

É incrível como muitos possuem dificuldades em dividir bens materiais, ou até mesmo em se desfazer daquilo que não lhe é necessário.

Presenciei nesse final de semana uma cena que pode até ser comum à algumas pessoas, mas para mim foi tão triste de observar: Fui à um aniversário infantil, onde foram convidadas em torno de 15 crianças, no entanto, algumas dessas levaram “amiguinhos” (o que é bastante comum nessas festinhas), mas na hora de entregar as lembrancinhas, aqueles “não convidados”, não receberam... O pior é que sobrou!!!!

Fiquei imaginando o que será feito das lembrancinhas que sobraram? E o olhar triste da criança que deixou de receber... Por que nos apegamos a coisas?

Minha família tenta há oito anos concluir o inventário da minha avó, mas sempre existe algo a questionar... Por quê? Se não trabalhamos para ter aquilo, o que vier é lucro.

Procuro não me apegar a “coisas”, como minha mãe sempre diz: “vai ficar aqui mesmo!”. Vez por outra me desfaço do que não estou usando e que seria de grande utilidade para outras pessoas (em meus famosos brelões...). Acho que a política do desapego ainda é a melhor forma de viver, por isso repito o que já existe no meu perfil há anos: não almejo riquezas, gosto do que faço e de como eu vivo.

Um dia tudo será pó, e não estarei aqui para saber o que ficou com quem...